#15 - 🏛️O que tem de especial no Brasil?

As diferenças entre vender aqui e lá fora

Moro num país tropical

Abençoado por Deus e bonito por natureza

Jorge Ben Jor - País Tropical

Deus é um cara gozador, adora brincadeira

Pois pra me jogar no mundo, tinha o mundo inteiro

Mas achou muito engraçado me botar cabreiro

Na barriga da miséria, eu nasci brasileiro

Chico Buarque - Partido Alto

O Brasil é um país engraçado. O amamos e o odiamos ao mesmo tempo, pois desde a chegada dos europeus, essa nação se tornou uma verdadeira zona.

É um povo com uma essência quase que paradoxal, chega a ser incrível, poderia passar o dia inteiro falando disto.

Mas o papo aqui é marketing.

Vejo muitas pessoas se espelhando totalmente em anúncios americanos, mas esquecem que cada povo se comporta de forma diferente e é sobre isso que falaremos hoje.

Marketing no Brasil (não é para amadores)

Cultura de preços

Já perceberam que o Walmart simplesmente SUMIU do Brasil? O motivo é simples: eles não souberam se adaptar à cultura brasileira. Cometeram o grande erro de achar que o varejo daqui é igual o dos EUA

E uma das áreas mais críticas onde o Walmart falhou foi na política de preços.

Nos Estados Unidos, o modelo de precificação do Walmart é baseado em preços baixos todos os dias (“Everyday Low Prices”). A ideia é oferecer ao consumidor uma garantia de que ele está obtendo um bom negócio sem precisar esperar por promoções sazonais.

Isso cria uma sensação de confiança e consistência na mente dos consumidores norte-americanos. Eles sabem que não importa quando visitarem o Walmart, encontrarão preços justos.

Por outro lado, o Brasil tem uma cultura de negociação profundamente enraizada. Aqui, o consumidor está acostumado a pechinchar, esperar por grandes liquidações e se sentir vitorioso ao conseguir um desconto.

A ideia de preço fixo baixo, sem a possibilidade de um “desconto especial”, não é tão atraente para a mentalidade brasileira.

Sim, nós trabalhamos menos

E não, não tô falando que brasileiro é vagabundo e odeia trabalhar.

Só estou apontando que temos uma cultura de trabalho muito menos enraizada que na Europa, na América do Norte e alguns países asiáticos.

A maior parte dos brasileiros gosta de facilidade, coisas simples que exigem pouco esforço físico e mental. Não é à toa que este é o paraíso dos vendedores de curso fuleira de como ficar rico fácil.

O desejo de economizar energia e tempo é intrínseco ao ser humano, mas é especialmente latente no Brasil e em outros países com características semelhantes. Esta inclinação para conveniência e eficiência pode ser atribuída a vários fatores, incluindo o clima tropical, a abordagem relaxada à vida e até mesmo desafios socioeconômicos que tornam a busca por atalhos atraente.

Compreender essa mentalidade é crucial para empresas que buscam introduzir produtos no mercado brasileiro.

Um povo que odeia ler…

Isso aí eu acho que é mais político/educacional do que cultural. É mais uma agenda política para deixar o povo burro, mas não vou entrar nesse debate…

Fato é que temos uma maior aversão à leitura, o que ocasiona em uma menor penetração de textos rebuscados e grandes. Temos que escrever de forma que o leitor nem perceba que está lendo.

Para isso, criamos textos com palavras simples e parágrafos curtos. Em contraste, priorizamos imagens e conteúdos falados.

Emoção x razão

A dinâmica entre emoção e razão sempre desempenhou um papel fundamental na publicidade e nas vendas.

Nos EUA, a publicidade tende a ser uma mistura de ambos. As campanhas de marketing geralmente apelam para a lógica e eficiência de um produto, mas não é raro ver propagandas impregnadas de emoção, especialmente quando o foco é em família, sonhos americanos ou histórias de superação. A razão muitas vezes é usada para solidificar a escolha de um consumidor, após um apelo emocional inicial.

A Europa, com sua diversidade de culturas, apresenta variações. Por exemplo, países do norte da Europa, como Alemanha e Suécia, geralmente valorizam publicidades mais diretas, focadas na qualidade, design e eficácia do produto. Já nações do sul da Europa, como Itália e Espanha, são conhecidas por campanhas mais passionais e artísticas.

O Brasil, por outro lado, é fortemente inclinado à emocionalidade. As campanhas publicitárias brasileiras frequentemente tocam o coração, seja evocando sentimentos de nostalgia, união familiar, paixão ou celebração. No Brasil, a emoção é um veículo poderoso para persuadir e conectar-se com o consumidor, mais do que a pura lógica ou especificações do produto.

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